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As leishmanioses têm refletido, ao longo da história, as transformações sociais, científicas e ambientais do continente americano. Nos anos 1960, uma virada epistemológica colocou no centro das atenções as zoonoses. Várias equipes passaram a aplicar técnicas e conhecimentos de diversas áreas do saber ao estudo dos complexos ciclos das Leishmania em zonas rurais e em ambientes silvestres bastante afetados por projetos de real ou suposto “desenvolvimento” que impactavam fortemente os ecossistemas de várias regiões do Novo e do Velho Mundo.
Neste terceiro volume de Uma história das leishmanioses no Novo Mundo: avanços e desafios do tempo presente, historiadores e cientistas analisam os trabalhos produzidos nas principais instituições de pesquisas do Brasil e de outros países sobre as leishmanioses, esse conjunto tão complexo de doenças negligenciadas que vêm se urbanizando em ritmo acelerado. A história que contam é urdida com vários fios bem entrelaçados: transformações socioambientais, mudanças climáticas, processos econômicos, sociais e políticos, pesquisa biomédica, políticas de saúde pública na América Latina e em outras regiões do planeta. Uma narrativa fluida e envolvente leva o leitor a compreender como a ciência e a sociedade enfrentaram e continuam a enfrentar um dos mais persistentes desafios à saúde global.