A Guerra Guaranítica talvez seja o exemplo máximo a contradizer a ideia de que os povos indígenas aceitaram passivamente a dominação europeia. Apoiadas por padres jesuítas, tropas indígenas da região dos Sete Povos das Missões, no atual estado do Rio Grande do Sul, barraram o avanço dos oficiais portugueses e espanhóis responsáveis por redesenhar as fronteiras de seus domínios na América do Sul após o Tratado de Madri, de 1750. Os rebeldes resistiram até serem derrotados por um imenso exército coligado das duas nações europeias, mas o líder Sepé Tiaraju se tornaria um ícone do movimento indígena nacional, lembrado até hoje como um dos maiores símbolos da resistência dos povos indígenas do Brasil. É desta história que trata este livro.